Monday, January 10, 2011

No Desdobrar das Auroras

No Desdobrar das Auroras

"Hoje o sol nasceu mais cedo
Pra o índio da recolhida
Que trouxe mala estendida
Junto a um primeiro clarão
Faz parte da obrigação
E o cuera que não se entrega
Tenteando grito de pega
Já vem de buçal na mão

Sou cria do recoluta
Sou da costa do banhado
Por isso é do meu agrado
Cortar o rastro da sorte
Ir de encontro ao vento norte
Quebrar meu chapéu na nuca
Pois a vida me cutuca
Pra ser parceiro da morte

Dá gosto quando a tropilha
Sente o guiso e vira à frente
Floreando os olhos da gente
Que já nasce prá os arreios
E crescem enfrenando ânseios,
No desdobrar das auroras
Quando as vozes das esporas
Fazem tantos garganteios

Meu mundo é um galpão de estância
Meu pingo é um flete de guerra
Que pisa firme na terra
(...)"
Cesar Oliveira

1 comment:

Jelicopedres said...

Olá Aparecida!
Venho desejar um Bom Ano 2011!
Blogue de "cara nova".
Gostei!
Com poesia!
Adorei!!!

Abracinho,
Teresinha^_^)