Thursday, November 09, 2017

MACHISMO

MANSPLAINING

Termo é uma junção de man (homem) e explaining (explicar).
 É quando um homem dedica seu tempo para explicar a uma mulher como o mundo é redondo, o céu é azul, e 2+2=4. E fala didaticamente como se ela não fosse capaz de compreender, afinal é mulher.

 Mas o mansplaining também pode servir para um cara explicar como você está errada a respeito de algo sobre o qual você de fato está certa, ou apresentar ‘fatos’ variados e incorretos sobre algo que você conhece muito melhor que ele, só para demonstrar conhecimento.
 Acontece muito em conversa sobre feminismo!

Um caso bem ilustrativo foi de um comentarista da CNN, ao falar sobre o caso Hollaback!, em Nova York, e mansplaining assédio sexual em locais públicos para a âncora e para a outra entrevistada:
 A verdadeira intenção do mansplaining é desmerecer o conhecimento de uma mulher.
É tirar dela a confiança, autoridade e o respeito sobre o que ela está falando.
É tratá-la como inferior e menos capaz intelectualmente.

Talvez você não tenha percebido isso de forma tão explícita no seu cotidiano, mas com certeza agora irá prestar atenção na maneira como seu chefe ou seu marido falam com você, com os elogios desnecessários ou idiotas que você recebe, nas mensagens bobas de parabéns pelo dia das mulheres. Tá tudo lotado de mansplaining.


 GASLIGHITING


É a violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz.

É uma forma de fazer a mulher duvidar de seu senso de realidade, de suas próprias memórias, percepção, raciocínio e sanidade.

Este comportamento afeta homens e mulheres, porém somos vítimas culturalmente mais fáceis.
No dia a dia, aposto que vocês já ouviram alguma vez – ou várias:
  • “Você está exagerando”
  • “Nossa, você é sensível demais”
  • “Para de surtar”
  • “Você está delirando”
  • “Cadê seu senso de humor?”
  • “Não aceita nem uma brincadeira?”
  • E o mais clássico: “você está louca”.
O termo gaslighting surgiu por causa de um filme de mesmo nome, de 1944, em que um homem descobre que pode tomar a fortuna de sua mulher se ela for internada como doente mental.

Por isso, ele começa a desenvolver uma série de artimanhas – como piscar a luz de casa, por exemplo – para que ela acredite que enlouqueceu.

Um caso recente, ocorrido dentro da marinha americana, foi noticiado pela imprensa: cinco mulheres afirmaram ter sido vítimas de estupro dentro da corporação.

Poucos meses depois, todas foram afastadas por problemas emocionais.
Outras mulheres relatam casos dentro da instituição.

Após denunciar as agressões, ouviram de volta:
  • “Não venha me aborrecer só porque fez sexo e se arrependeu.”
  • “Isso nunca aconteceu. Agora pode ir embora.”
Isso é gaslighting.

Uma forma de manipulação que desencadeia um total esvaziamento da autonomia da vítima.
Uma ferramenta presente em muitos relacionamentos, que levam as mulheres a abrir mão de suas escolhas, de suas opiniões e até de cuidar da sua própria vida.

É desempoderamento, opressão e controle.

Algo que não deve ser admitido em nenhuma situação.

Manterrupting, bropriating, mansplaining e gaslighting.

 Saber que estes problemas existem já é parte importante da solução.
 Estar atenta aos pequenos gestos cotidianos e transformá-los pouco a pouco farão a sua vida, e de muitas mulheres, melhor.

Pequeno dicionário:

#manterrupting: quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor.

#bropriating: Quando, em uma reunião, um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela.
#mansplaining:  É quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a você, como se não fosse capaz de compreender, afinal você é uma mulher.

#gaslighting: violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz.


Maíra Liguori é jornalista, publicitária e co-fundadora do Think Eva

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